segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O nascimento de Edições Varicelas

Esta editora nasce da confusão, do caos de ideias, da necessidade de agir sob múltiplas direcções, sem Futuro predefinido.
A casa desta editora constrói-se mediante o derribo constante das suas paredes, muros e telhado.
As pessoas que fazemos parte dela, a constituímos incompetentemente, sem recursos, sem preparação, sem experiência nenhuma, sem currículos de sucesso.
Não a sabemos descrever, pois não se encaixilha em nenhuma das áreas de especialização.
Os livros publicados são de autores desconhecidos, esquecidos, silenciados. Não vendem.
O nosso critério é indefinido, deformado, não aceite dentro da competição. Desconhecemos o mercado.
Cada dia as nossas opiniões mudam, somos incoerentes e contraditórias. Ainda estamos à procura de um ideal que satisfaça as nossas inquietações.
A nossa é uma escolha perpétua de tribo, grupo, classe, com a qual participarmos cegamente.
Não estamos capacitadas com virtudes empresariais. Não sabemos qual é a nossa identidade. Ignoramos o que é a vocação.
O nosso discurso não é adulto, convincente ou estável. Por isso, dizem, não sabemos nada da vida e agimos impulsivamente. Tentamos desculpar e compreender invariavelmente.

Conhecemos o nosso lugar, localizado na marginalidade. Na invalidez. Nos escombros da sociedade de êxito. O nosso lugar está condenado ao fracasso ininterrupto.
Mas é na indignação, na desconformidade, na inadaptação aos moldes, onde nós subsistimos. Começando pelo facto de sermos mulheres.
É aqui o lugar onde se localizam as vozes dissonantes, apagadas, baixinhas, os vírus e os restos de perfeição heróica inatingível.Algures, longe das auto-estradas e das sinalizações absolutas, únicas e verdadeiras, nós damos-te a mão.

9 comentários:

Inês Rosa disse...

Muito boa sorte para a Editora!

Cá continuarei para o que for preciso :)

Anônimo disse...

;)

é bom ler isto! estou preparadíssima para o desafio.

obrigada por me aceitarem e apoiarem ;)

abraço *

Anônimo disse...

Pequena flor selvagem
que a leve brisa da montanha espalha teu perfume pelo vale,
que de tão frágil, tão bonita, se ergue como uma fada num manto de neve

Pequena flor selvagem
de pétalas encantadas, quebras as rochas do meu olhar, como as águas que caiem límpidas pela montanha

Pequena flor selvagem
meu coração estremece, como as asas de uma águia ao vento
sempre que minha alma de lobo te encontra

Pequena flor selvagem
tão bela e misteriosa, enche teu coração com os cheiros da montanha
caminha a tua alma por entre os seixos de um rio, sente minhas pegadas como um lobo uiva na noite

Pequena flor selvagem
que no meu olhar se cruzou, caminha livre na natureza
caminha... como meu destino caminha, a meu lado...

Anônimo disse...

Amiga luci, pequena flor

Muita sorte para a tua Editora
:))

Anônimo disse...

Já me nasceu uma borbulha no coração...

Bem-nascida.
Parabéns e um abraço apertado!

Anônimo disse...

Leve é o vento que sopra na minha cara...
Um pequeno esquilo que dança num ramo de árvore.

Raios de sol brilham por entre a folhagem...
Uma pequena aranha junto a meus pés.

Eis que ... um tesouro sem igual.

Anônimo disse...

Existem milhões de estrelas no universo.
Assim como o nosso planeta existe nos milhões de corpos celestes que compõem a via lactia, existem também milhões de outras tantas para além da nossa compreensão lógica.

No mundo actual, a Humanidade vive presa as leis do consumismo e do materialismo.
O seu espiritualismo, a sua alma colectiva, vive condicionada pela hipnose do mundo moderno que a adormece, que a torna como num sonho difuso que nos atormenta na noite.

Porque sinto maior satisfação aqui na montanha, longe de todas as comudidades das grandes cidades. Porque, apesar de todas as dificuldades que se sente numa vida dura e rustica como aqui para além das grandes muralhas de rochas, a paz, a tranquilidade, e a clareza de espirito tornam-nos mais felizes.

Será que os animais que habitam as florestas, as montanhas, têm as mesmas preocupações, os mesmos anseios, as mesmas dúvidas que assolam o espírito do Homem.

Já a muito que deixei de tentar compreender a vida.
Já a muito que libertei a minha alma de todas as guilhotinas do pensamento lógico.

A vida não existe para se compreender.
A vida, apenas existe... se a podermos sentir.

Sentado no alto das rochas, tendo a minha frente a imensidão do universo, envolto por todos os cheiros a vida selvagem, por todos os sons que me embriagam os sentidos, a coruja na noite, os passarinhos junto ao rolar das águas do rio, o vento que acaricia as folhas das árvores, o som dos raios de sol a despontar no horizonte...

A compreensão da vida... vem numa fracção de segundo, que enche a nossa alma de sentidos, que nos faz ser tão grandes... como a imensidão de todo o universo que nos rodeia.
Para quê tentar compreender a vida, se ela se nos revela através dos sentidos.
Todos nós, temos as nossas dúvidas, mas todos nós no fundo da nossa alma, sentimos... que as compreendemos.

linfoma_a-escrota disse...

gustei do manifestozinho

WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM

www.chupa-mas.blogspot.com





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anger is a gift

Anônimo disse...

Gostei muito do vosso manifesto, sobretudo por ter graça e não ser engraçado, ser rebelde sem ser revolucionario,